quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A Dama de Corpete

A dama que veio em minha direção, com um corpete justo e um semblante gasto, tatuagem no pescoço e fumando um cigarro. Chamou a minha atenção, olhou de relance, e eu tentei decifra-la. Mas ao conhecê-la melhor, descobri que errei em todos os detalhes. Afirmou não ter nenhum problema, escondendo seu vício com a beleza notável. Seu lápis em seu olho desenhado estava levemente borrado, olhos tímidos, que não correspondiam aos seus atos. Reclamou da primeira dose de vodka, depois cruzou seus braços me pedindo mais, e se descobriu sobre o luar. Deixei que ela queimasse a primeira, no início conversamos sobre hábitos de uso, vida, problemas, gostos musicais, e perguntei a ela porque estava na minha cidade, ela dizia que queria dar um tempo.. até que a primeira fumaça foi tragada, tudo mudou. Ela adorava um desafio, assim como eu. Repetiu várias vezes que a noite nunca acabaria se nós não quiséssemos. E quando amanheceu ela teve de ir embora, e eu só conseguia lembrar os seus gestos e de seu nome, Helena. Quem sabe um dia ela leia este texto e se encontre bem, e nós nos reencontremos para ter o prazer de outra noite tão especial e inesquecível quanto aquela. Enquanto isso, a dama do corpete, ficará apenas nos meus pensamentos e marcada em um papel.

(Bruno T.)

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