sábado, 21 de dezembro de 2013

Uma garrafa de bebida no chão, o ressentimento que não quer se desatar na minha mão. Uma camisa de força no corpo que insiste em se fechar, o pecado da vida que quer se alojar no meu olhar. O progresso das drogas chegando ao fim, um novo período vindo em mim. A imensidão dos meus problemas, a minha vida, meus esquemas. A armadilha que eu caí, e o problema que há de vir. As minhas consultas e minhas psicoses, e os meus delírios e as minhas neuroses. As minhas fachadas, as minhas facadas, as minhas restrições e as minhas armações.

(Bruno T.)

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Diversas imaginações livre, ou alucinações? Fuga do comum. Apoiado pelas próprias palavras. Fora do limite. 
Tanto faz e exagero; simples e composto; largado e arrumado; perfeccionista e desleixado.
Afirmação duvidosa: Auto-contraditório.
De repente impossível, fora do previsto.
Desapego por natureza ou carência mal encarnada?
Sem nexo, ou com sexo?

(Bruno T.)

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Insônia

E quando você já desconfia de si mesmo,
se vê, mas não se enxerga no espelho,
já percebeu que não há cura do próprio veneno,
pediu desculpas mais de uma vez por dia,
tentou tornar dos transtornos poesias,
já não têm mais justificativas além das pílulas,
diz sobre princípios, mas não reconhece mais seus atos,
sabe da gravidade, mas gosta do impacto;
Mas quando deita com a cabeça no travesseiro,
esperando a cobrança interna vir à tona,
fazendo da insônia sua desagradável companhia,
te perturbando até surgir o primeiro raio de luz do dia.
Seu passado te detém, seu presente te confunde, seu futuro te ilude.
Solidão ou Satisfação?
Lição do silêncio ou repetição do perdão?
Quer dizer algo profundo, intenso, mas as palavras bloqueiam;
Perca da posição para a razão, prefiro assim..
Só não quero e não irei fazer algo que não seja bom para mim,
Afinal, se alguém quiser sua mudança,
você preferirá manter distância,
E se todos quiserem uma parte de ti, ou roubar-te de si,
Não sobrará nada além de complacência,
e todas as ausência da impecabilidade que te guardou,
Se desfaz junto com a intimidade que alguém te roubou,
E apesar de todas circunstâncias e revoluções internas,
você descobrirá que seu temido ego, talvez seja apenas amor-próprio.
E que sua única prioridade, é assumir um compromisso com a realidade.

(Bruno T.)

sábado, 14 de dezembro de 2013

Desmascare o meu ego sem pudor, desfaça-me sem gentileza e doa-me cor sem ternura; supra-me ausências esplêndidas, sem saciar-me o anseio de horizonte.

(Bruno T.)

C

Contempla-me por completo; Convenha-se nas minhas incertezas; conceda-me surpresas sublimes; convida-me à malta; convença-me a focar em teu olhar minutos; confessa-me teus segredo árduos; condena-me por meus pecados falhos; cativa-me se eu estiver cabisbaixo; compreenda-me pelos meus pensamentos obscuros; considere-se parte do meu mundo; conheça-me sem me julgar; cale-se para eu me calar; coloque-se no meu lugar, e desconsidere o que não lhe agrada, mas não disfarce um sentimento, compartilhe pensamentos, só para eu compreender, e me diga o que te aflige, pois irei entender. E todo escondido é o que quero descobrir, e tudo o que escondo, sou capaz de dividir.

(Bruno T.)

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Quando uma pessoa não tem coragem de admitir um erro, chama-se covardia; quando os outros falam, mas o ego não escuta, chama-se ignorância; quando alguém não olha por quem está de seu lado, tem carência de humildade. Já faz alguns dias que algo me incomoda, fiquei preso tanto tempo nas minhas ilusões e agora sinto-me desperto perante tudo; mas tudo que toco, escurece; tudo o que eu desejo, consigo.. mas não me satisfaz, tudo que não me pertence me atrai. Uma dúvida me motiva a continuar buscando por algo que talvez nem exista; que o medo não permita que eu desista, mas toda essa intensidade se torna desprezível e fútil, mas inevitável. A sensação de busca é motivacional, mas por onde andei, as pistas que eu deixei, fizeram de mim uma enorme auto contradição; que ilude aos olhos alheios, tornando-me dissimulado, mas só eu sei o quanto de verdade comigo eu tenho guardado.

(Bruno T.)

sábado, 2 de novembro de 2013

Renascimento

Despedi-me das tuas garras, desfiz uma maldição fatal aos poucos, até que por completo. Selecionei as minhas armas, me protegi com meus escudos. Pedi aos deuses por piedade, que preservassem minha alma, pedi aos deuses que me glorificassem com o veneno da áspide e a imortalidade da sabedoria. Sujei minhas mãos cavando minha cova, cuja você me ordenou e rebelou seu encosto diante do encantamento repugnante que me conduzia. Amarrei o cordel na pele com ira, jurando jamais esquecer-me, e por fim, pude ter a graça de sorrir no seu funeral enquanto observava tudo sobre a terra. Rodeado de mentes corrompidas se lamentando por falta da tua cria, que contagia despercebidamente, até que corrói tudo o que se sente. E do que seria o fim, eu o refiz, e virei parte da vida.

(Bruno T.)

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Eterno aprendiz do tempo e da vida, sonhador fascinado pelos mistérios, severo perfeccionista, amante das palavras extintas, da escrita profunda, de certos pensamentos ocultos, das lógicas encobertas. As vezes um surto compromete mil planos, e tantas certezas se tornam enganos, as vezes o ego domina sua mente, e toda pretensão se torna inconsciente.

(Bruno T.)

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Equilibro

Se você pensar que tudo é frágil, acabará não tocando em nada. Se pensar que tudo é perigoso, se tornará refém do medo. Se pensar que todos são honestos, irá se decepcionar. Se pensar que a vida é uma brincadeira, descobrirá que ela é traiçoeira. Se pensar que o mundo surreal é o melhor caminho, será engolido pelo destino. E se pensar demais, se tornará um escritor se assim desejar.

(Bruno T.)

sábado, 26 de outubro de 2013

Ego


Só espero que sua obra seja minha causa, e que minha falha seja você. Só quero fingir não amar, não querer, mas te ter. Sigo só com orgulho de ser só meu, o meu ego contra o seu. Teu, meu, nosso eu amarrado, na ponta da caneta desfigurado, mas perfeito, sem sentido e bem feito. É o carma que eu não creio querendo viver; é o meu mundo estreito e dissimulado procurando em você meu lado errado. São os pedidos que carrego guardados, a espera de poder realiza-los; são os fragmentos de uma vida perversa juntados, são as memórias que me levam pro passado. Tentei vingar tantas promessas, mas todas essas não são mais reais, pensamentos anormais refletem neblina, asa de anjo e conversa fina, cristal feroz que nos alucina, e dá fala a quem foge da vida.

(Bruno T.)

Dias a vulso

Levantou-se, mas manteve as cortinas fechadas, outro dia de ressaca. Olhou no relógio, sem se preocupar com o horário, era desnecessário. Abriu seu armário e separou sua roupa, tomou um banho de água quente e vestiu-se, fazia frio. Tomou seus remédios e fez um café forte. Leu sua sorte no tarô egípcio. Anotou o que sonhou para não se esquecer, e decidiu se entorpecer o que já era de se esperar. Pegou as pedras no seu esconderijo, separou as cinzas do cigarro; enquanto isso preparava uma bebida para ficar relaxado. Desligou o telefone para não ficar preocupado. Enquanto o mundo estava girando, ele estava parado. Enquanto as pessoas estudavam, ele se drogava. Enquanto as pessoas viviam, ele se matava.

(Bruno T.)

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Dons, Lixo, Raridade

Agora sou apenas eu, tentando acompanhar a sinfonia, querendo me encaixar na melodia, mas nada é tão certo quanto eu imaginava. Tantas teorias descartadas. Não me sinto parte disso e todos querem fazer parte, mas eu quero fazer arte, tenho paixão pela essência de cada um, de cada trabalho. Todo ser tem um dom incomum, que normalmente não enxergamos, mas está lá, toda total diferença é raridade, e o que para você pode ser considerado lixo, é um objeto desejado em mãos que lhe agradem. Toda arte faz parte da vida, cada frase, cada pintura, cada moldura, cada estátua, cada linha que não foi descoberta, é mais uma incógnita que me incentiva a desvendá-la.

(Bruno T.)

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A Dama de Corpete

A dama que veio em minha direção, com um corpete justo e um semblante gasto, tatuagem no pescoço e fumando um cigarro. Chamou a minha atenção, olhou de relance, e eu tentei decifra-la. Mas ao conhecê-la melhor, descobri que errei em todos os detalhes. Afirmou não ter nenhum problema, escondendo seu vício com a beleza notável. Seu lápis em seu olho desenhado estava levemente borrado, olhos tímidos, que não correspondiam aos seus atos. Reclamou da primeira dose de vodka, depois cruzou seus braços me pedindo mais, e se descobriu sobre o luar. Deixei que ela queimasse a primeira, no início conversamos sobre hábitos de uso, vida, problemas, gostos musicais, e perguntei a ela porque estava na minha cidade, ela dizia que queria dar um tempo.. até que a primeira fumaça foi tragada, tudo mudou. Ela adorava um desafio, assim como eu. Repetiu várias vezes que a noite nunca acabaria se nós não quiséssemos. E quando amanheceu ela teve de ir embora, e eu só conseguia lembrar os seus gestos e de seu nome, Helena. Quem sabe um dia ela leia este texto e se encontre bem, e nós nos reencontremos para ter o prazer de outra noite tão especial e inesquecível quanto aquela. Enquanto isso, a dama do corpete, ficará apenas nos meus pensamentos e marcada em um papel.

(Bruno T.)

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Oculto

Eles não podem ver direito, mais existe e até demais. Um grito de ajuda e dois passos para trás, língua afiada, luz apagada, quadro mal pintado, coração acelerado, sonhos desfeitos, cigarro no lábio, objetos na mesa, pensamentos de frieza, respiração ofegante, medo progressivo, e desejo constante. Um espanto no olhar, inseguro e assombrado, procura uma cura que não existe.

(Bruno T.)

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Santos do Cemitério

Caio feito morto no seu cemitério, os quatro santos que me cercam já sabem que eu ando cético, mas não me abandonam. Não sei se me perdi de vez, não sei se continuo ou se me permito sumir. A fumaça lembra um rosto esboçado como um espectro. E eu me lembro das pessoas que se foram, algumas eu até me culpo por não ter impedido, tantas vidas vivas, que por palavras, circunstâncias, prazer ou infelicidade, partiram com o silêncio deixando lembranças.

(Bruno T.)

sábado, 12 de outubro de 2013

Vício, Versões e Versos

Sempre me tiraram a razão pelo meu vício. Já me disseram que eu estava possuído, e que precisava ser exorcizado. Já me disseram que eu tinha um encosto que precisava ser retirado. Já me disseram que espíritos presos estavam me conduzindo aos meus atos. Já me disseram que eu renasci condenado e não tinha solução. Já me disseram que eu só cometo pecados por não ser cristão. Já fui abençoado por vários padres. Já acenderam velas em minha casa e fizeram oração para mim. Já fui a dezenas de psicólogos e psiquiatras e nada funcionou, tomei vários remédios, fui internado várias vezes e nada adiantou. Eu não fui atrás de nada disso e mudei completamente, e agora me pergunto como tudo isso passou de repente? Ouvi cada versão de cada religião e nada me chamou a atenção, todos falavam com certezas, que passei a crer na incerteza.

(Bruno T.)

Mil Enganos

Sei que não é fácil expressar o que aconteceu, se foi vivo já morreu, e eu admito que o erro foi meu. Não sei o que será depois, mas agora tudo se foi; como um incêndio, queimou o meu coração, não foi a bela moça, mas toda tentação. Sou um mensageiro desordeiro e sem valor, trago comigo meu inimigo causador; não escute ele, se não se perderá e a cor dos teus olhos se apagará, sem você notar, se foi. Só guarde contigo o que eu digo, não pague para  ser ferido. Tudo o que era bom mudou e agora a nova hora chegou. Tenho poucos anos, mas mil enganos eu carreguei, tinha tantos planos, tantos sonhos e sorrisos que por descuido foram interrompidos. Mudei de endereço e de estado, mas nada mudou o meu agrado. Os pássaros ficaram em silêncio, enquanto os corvos leem os meus pensamentos.

(Bruno T.)

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Fases

O antigo passa a ser engraçado, e o atual interessante, o futuro, irrelevante. Sempre mudamos, a cada dia, a cada instante. A identidade se transforma no que queremos torná-la. Os argumentos são tão influentes para pessoas que se prendem em tudo. Os criadores são crentes naquilo que fazem, e os seguidores tem as suas fases.

(Bruno T.)

Estrelas e Estragos

O que temos para hoje, tem pra todos os sabores. Tudo é liberado, e os lugares já estão reservados. O que temos para hoje, visões fabulosas, cápsulas do vento, diversos sintomas e perda de senso. Temos as estrelas e um whisky cowboy. Temos um quarto de motel, a dona do bordel e nossos heróis. Estamos preparados para ver tudo revirado, ficarmos desnorteados e cair nos braços da luxuria. Ficaremos encarregados de criarmos loucuras.

(Bruno T.)

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Definição em Partes


Entro na floresta escura, mudo a minha postura, faço promessas que não duram. Eu danço nas minhas loucuras. O pensador sempre sente um pouco mais, na busca das respostas em tudo o que faz. Os gostos diferentes o definem, ardil sem condições, sem restrições do que faz. Desfaço-me do que sou fácil, basta uma chance para eu roubar sua chama. Difamam-me por não terem tido a coragem de terem dito o que pensam, simplesmente representam medos guardados, presos preocupados com sua reputação, vidrados pela ostentação. Eu sei, pois sou metade bom, metade mal, posso ser a luz dos olhos, ou assombração. Tenho múltiplas sabotagens guardadas, mas também, a compaixão de uma alma torturada.

(Bruno T.)